Tamo Juntas
Você sabe o que é Pobreza Menstrual?
A pobreza menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar produtos de higiene menstrual adequados. Ela inclui a falta de estrutura de forma mais ampla, anunciando um problema global da falta de acesso à água, saneamento básico e desigualdade social, bem como a falta de educação sexual e a violência que decorre da estigmatização do corpo feminino e seus fluidos.
Dados da ONU Mulheres informam que cerca de 1,8 bilhão de pessoas menstruam ao redor do mundo. Dentre elas, 12,5% enfrentam dificuldades em todos os seus ciclos para ter acesso a produtos menstruais, de higiene geral, saneamento básico e educação adequada para lidar com o período. Mais de 1 bilhão de mulheres não possuem acesso a um banheiro seguro e limpo. E há 526 milhões de mulheres que sequer têm um banheiro em casa.
De acordo com o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no país, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Além da carga mental por não ter condições básicas para menstruar, a pobreza menstrual contribui ainda para aumentar a desigualdade de gênero. Como resultado da precariedade menstrual, tais adolescentes e jovens acabam faltando mais dias na escola durante a menstruação, o que pode prejudicar o desempenho escolar. As consequências disso a longo prazo podem ser graves, pois com a educação comprometida, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho pode se acentuar. Dessa forma, as chances dessas jovens quebrarem o ciclo da pobreza e adquirirem autonomia financeira diminuem ainda mais. Como se não bastasse, a própria saúde física é colocada em risco. Ao utilizar papeis, trapos, miolos de pão ou até mesmo reutilizar um absorvente descartável o risco de infecções urinárias e vaginais aumentam consideravelmente. Diante de tudo isso, não há dúvidas de que a menstruação deve ser tratada como uma questão de saúde pública. Sendo assim, nossa luta deve ser para que a dignidade menstrual seja um direito garantido a todas pessoas que menstruam.
Por que esse tema é tão urgente?
A falta de acesso a absorventes e, também, a condições básicas de saneamento em casa e na escola reforça a desigualdade de gênero e aflige, sobretudo, mulheres e meninas em situação de vulnerabilidade. No Brasil, milhões de meninas carecem de infraestrutura e itens básicos para cuidados menstruais.
Uma em cada quatro brasileiras já faltou aula por não poder comprar absorvente
A estimativa da ONU é que, no mundo, uma em cada dez meninas falte às aulas quando estão menstruadas por não ter produtos de higiene específicos, além de muitas escolas não possuírem estrutura para oferecer um banheiro limpo para a troca adequada de absorventes.
Quase 30% das meninas no país não têm acesso a produtos de higiene adequados
De acordo com uma pesquisa realizada em 2018 por SEMPRE LIVRE®, 22% das brasileiras de 12 a 14 anos não têm acesso a produtos de higiene específicos para o período menstrual, número que sobe para 26% na faixa de 15 a 17 anos.
Miolo de pão, meias e jornais são usados no lugar de absorventes
Mulheres que não conseguem comprar absorventes dizem usar, no lugar, papel higiênico, roupas velhas e toalhas de papel. Há, ainda, relatos de uso de jornal, papelão e miolo de pão para absorver o sangramento. Mas essas opções, segundo apontam especialistas, podem ser prejudiciais à saúde íntima. Com isso, as infecções urinárias e genitais se tornam frequentes. A menstruação está intrinsecamente relacionada à dignidade humana. Quando uma pessoa sangra e não tem acesso à água, banheiros, itens de higiene ou vive – por causa de algo que é fisiológico – situações de exclusão, vergonha e impotência, o princípio da dignidade está comprometido.
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